terça-feira, março 08, 2005

Poema ao Amor Desconhecido

Gosto que sejas assim, calmo e metódico, enquanto eu sou toda fogo, calor e paixão. Gosto que me tomes nos braços e absorvas o bater descompassado do meu coração, mostrando-me que o mundo é mais claro do que eu vejo.
Gosto da luz que me acendes nos olhos, nos mundos paralelos que me mostras, das alternativas à vida monótona. Do cheiro a vida futura que emanas, da tua voz grave que abafa os meus gritos agudos.
Lutaste por mim e para mim, quando eu baixei os braços e deixei de ver o caminho à minha frente. Abriste um atalho na selva caótica que me rodeava, mataste bestas ferozes que a minha mente construiu, moldaste o meu corpo e o meu coração rebelde.
Fizeste-me esquecer o mal que me fiz e lembrar o bem que me fizeram, sonhar com o fim do mundo nos teus braços, e fazer tudo isso com um sorriso na alma. Deste-me as asas que não tinha, as garras que precisava, tiraste o meu sangue da ebulição que o consumia.
Hoje sou feliz dentro e fora de ti, com pernas para andar e mãos para acariciar, olhos que vêm as maravilhas que preenchem a minha vida.
E quando Deus te trouxer até mim, sei que estarei completa.