Máscaras
Eu detesto Carnaval. Quando era pequena a minha mãe mascarava-me de espanhola, saloia e de madeirense. O meu irmão, anos mais tarde, ainda usou o meu fato de saloia, enquanto era pequeno demais para poder reclamar. Aliás, no preciso momento em que estou a escrever estas palavras, estou a comentar isto com a minha mãe, que me diz "Eras tão engraçadinha...". É bom saber que já não sou...
Mas íamos passear para o Jardim Zoológico, onde o meu avô trabalhou 49 anos e toda a gente me conhecia de cor, até os animais. Tirámos kilos de fotos que ainda recordamos hoje.
Anos mais tarde, já com 19 anos, ainda fiz uma noite temática em que me mascarei de bruxa a rigor, com direito a vassoura de palhinha e tudo. E procurei em Benfica inteira até achar a ideal.
Mas hoje em dia Carnaval significa essencialmente não poder andar nas ruas à vontade, ter balões de água, ovos e bombas de mau cheiro por todo o lado. É exteriorizar as máscaras que andam por dentro no resto do ano. Parece uma desculpa para a irresponsabilidade.
Por isso prefiro passar pacatamente estes dias em casa, sossegada, no quente. Longe dos ovos, a não ser se forem no prato, mexidos.
Bom Carnaval!
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