Tristes Vidas (... ou o post que me vai tirar definitivamente os visitantes...)
E pensar que nenhuma das minhas irmãs tem de aturar isto. Não que eu alguma vez tenha falado com alguma que tenha nascido em liberdade. O meu ovo desenvolveu-se numa incubadora, nasci num ambiente controlado e asséptico... mas nada substitui o calor de mãe.
Sei que as minhas irmãs que nasceram na natureza têm porte altivo, e são predadoras temidas. Há até sociedades protectoras e estudos especializados na sua defesa.
Lá do meu cativeiro vejo-as às vezes a sobrevoarem alto, à procura dalgum coelho mais distraído, a embelezarem os céus com a sua presença.
Mas cada um é para o que nasce... e o “ponto alto” da minha semana é quando me colocam aquela venda. Aí, já sei o que me espera. Lá vou tristemente, apoiada nas luvas do treinador, com uma corrente presa na pata.
No centro dum relvado retiram-me a venda, e enquanto simulo um voo de meio metro consigo ouvir no meio de palmas:
“Benfica! Benfica!”
Sei que as minhas irmãs que nasceram na natureza têm porte altivo, e são predadoras temidas. Há até sociedades protectoras e estudos especializados na sua defesa.
Lá do meu cativeiro vejo-as às vezes a sobrevoarem alto, à procura dalgum coelho mais distraído, a embelezarem os céus com a sua presença.
Mas cada um é para o que nasce... e o “ponto alto” da minha semana é quando me colocam aquela venda. Aí, já sei o que me espera. Lá vou tristemente, apoiada nas luvas do treinador, com uma corrente presa na pata.
No centro dum relvado retiram-me a venda, e enquanto simulo um voo de meio metro consigo ouvir no meio de palmas:
“Benfica! Benfica!”
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