domingo, maio 29, 2005

Lift me Up

Oh La la la la...
Fui ontem ao Super bock Super Rock. E hoje não me consigo mexer, de tanto pulo que dei.
Adorei Black Eyed Peas, embora só conhecesse as musicas mais óbvias. São excelentes em palco, puxaram imenso pelo público.
New Order eu também gosto bastante, mas o som estava alto demais, com imensa distorção. Foi altura de os ver sentadinha na esplanada, com uma pontinha de saudosismo depressivo, até porque eles nos deram o miminho de tocar algumas de Joy Division.
Realmente este ano as infraestruturas estavam muito bem organizadas, não se demorava mais de uma hora para comer ou ir ao WC, e correu tudo sobre rodas.
Entretanto, duranto o concerto de Gift, fomos aproveitando para ir novamente lá para a frente do palco principal, e prepararmo-nos convenientemente para dançar até à exaustão ao som de Moby. Resultou muito bem ao vivo, adorei e, tal como tinha prometido, experiencei orgasmos musicais múltiplos a ouvir determinadas músicas.
Balanço final deste Super Rock... Tragam-me um cigarrinho...

quarta-feira, maio 25, 2005

Tragam-me o Sabre de Luz

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Ontem à noite fui ver o terceiro episódio desta saga, e confesso que hoje só me apetece andar às lutas com uma espada de luz. Deviam fabricar umas, suficientemente realistas, para podermos dar largas às nossas frustações. Olhem, hoje acho que levava lá para o emprego, e armava-me em Darth Vader de trazer por casa. Só me falta o cabelo louro e os abdominais bem definidos.
Mas eu Gostei bastante do filme, tudo pareceu finalmente encaixar, embora continue a achar que esta nova série não deveria ter sido feita.
Mas vou continuar a brincar às lutas com o cabo da vassoura, devidamente forrado a papel de lustro vermelho. Sim, porque eu pertenço ao lado dos Sith... The Dark Side...

domingo, maio 22, 2005

Príncipes Encantados

Sonhou toda a vida com o Príncipe Encantado, que havia de chegar no seu corcel alado. Nunca gostou de cavalos brancos, os típicos dos contos de fadas, previsíveis e sem graça. A montada do seu príncipe haveria de ter asas para voar, e levá-la com ele no sonho. Haveria de ser negro como a noite que ela tinha no coração, e os seus olhos seriam os holofotes que guiariam a viagem.
Pensando bem, talvez lhe fosse mais fácil apaixonar-se pelo cavalo, do que por um príncipe que poderia nunca aparecer. Os homens não são de confiar, sempre a quererem seguir por caminhos espinhosos, tortuosos como as suas mentes. Os cavalos, por seu lado, são figuras gigantes, seguras, aguentam facilmente os milhares de toneladas que uma rapariga insegura transporta como carga. Todos os seus medos, as histórias mal resolvidas, todas as vezes que se esconderam com a cabeça na areia e os braços amarrados atrás das costas, presas por convenções sociais e estatutos mal definidos.
Estava resolvida. Ia deixar de esperar o Príncipe, e se ele um dia chegasse, ela desmontava-o do seu corcel com um encontrão valente, montaria ela com toda a sua carga, e seguiria para parte incerta.

quarta-feira, maio 18, 2005

Nasci para Sofrer

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sexta-feira, maio 13, 2005

Convite de Fim-de-Semana

Já se falavam há imenso tempo, em cafés de fim de tarde e encontros fugazes numa sala de cinema. O clima de desejo estava sempre presente, envolvia-os e adormecia-lhes os sentidos. Era dificil para ela dar o passo a seguir, e nem tinha a certeza de saber como dá-lo.
Uma tarde, igual a tantas outras em que se encontraram no café do costume, deu-se finalmente o clic que faltava. Decidiram na hora libertar as hormonas reprimidas por tanto tempo, e seguiram para o apartamento dele no centro da cidade. Subiram as escadas intermináveis tocando-se num frenesim, com beijos loucos, as mãos dele no rabo dela, tropeções em degraus que não era suposto ali estarem.
Quase caíram no chão quando a porta finalmente se abriu, e começaram ali mesmo a despir-se, no meio do corredor com pouca luz, um turbilhão de mãos, línguas e roupas.
Camisolas fora, as mãos dele agarraram os seus seios com voracidade, apertaram-nos, e deslizaram para um fecho reticente, que teimava em não abrir. Ela nunca haveria de perceber porque raio os homens podiam ser brilhantes físicos nucleares, mas desconheciam os mistérios do funcionamento da roupa interior feminina. Quando os dedos dele estavam à beira de dar um nó irreversível nas alças do seu soutien, ela correu finalmente em seu auxilio, e acabou despindo-se o mais sensualmente que conseguiu.
Tirou a camisola dele, deixou à vista o seu peito definido, e uma barriga lisa. Olhou-o nos olhos, e percebeu pelo seu ar aflito, que ele estava a suster a respiração. Fez-lhe cócegas e ele não resistiu, descontraindo-se e deixando a descoberto uma barriguinha acumulada por anos de cervejas geladas com os amigos. Menos mal, assim já não tinha moral para reclamar das tabletes de chocolate que estavam armazenadas nas suas coxas.
Tiraram ambos as calças, e ela mal pode reprimir uma gargalhada ao ver uns boxers azuis eléctricos, carregados de ursinhos carinhosos em pijama. Eternas crianças grandes, os homens. E só quando retirou o seu sensual fio dental se apercebeu dum volume estranho. Bolas, mais a porcaria do pensinho dia-sim-dia-sim. Deu um discreto pontapé naquele espectáculo demasiado feminino para os olhos de qualquer homem, empurrando tudo para baixo do sofá. Quando se fosse embora, logo se preocuparia em recuperar os despojos espalhados. Pelo menos tinha ido à depilação naquela semana, senão ele bem poderia sonhar, e ela morrer de vontade, mas não aconteceria nada. Depois dum longo inverno a usar calças, uma mulher não pode ser apanhada desprevenida, correndo o risco de fazer inveja ao próprio King-Kong. Mas mulher prevenida vale por um ror de homens despassarados, e ela tinha ido ao desbaste antes que fosse tarde demais.
Um beijo profundo, com o hálito fresco duma pastilha de mentol, despertou-a desses pensamentos mundanos, e fê-la mergulhar definitivamente nos braços há muito apetecidos.

domingo, maio 08, 2005

Animatógrafo

Caminhava sozinha pelas ruas desconhecidas daquela cidade grande. Gostava da sensação de anonimato, de saber que ali ninguém a conhecia ou julgava, que era livre para seguir os seus desejos. Deambulou por ruas estreitas e sujas, com cheiro de urinol público, e sentiu-se excitada com a sensação de perigo iminente. Atrás de qualquer esquina podia esconder-se um ladrão, um raptor, um homem que lhe fizesse mal, que desse pela sua presença.
As prostitutas que amparavam as fachadas dos prédios com o peso dos seus corpos, olhavam-na de lado, desconfiadas e agressivas, territoriais, prontas a defenderem o que tinham conseguido a tanto custo. Ela caminhava com uma pose segura, disfarçando o medo que a preenchia e excitava.
Procurava uma sexshop, daquelas com ar sórdido e passagem contínua de filmes. Não gostava das que estavam na moda agora, cheias de brinquedos inocentes, com um ar jovem e asséptico, com um empregado solícito e pronto a explicar detalhadamente o funcionamento de cada item, como se sexo fosse tão certo e banal como uma ida ao dentista.
Descobriu finalmente a loja certa, cheia de neons e com um animatógrafo no interior. Entrou sorrindo para o empregado de ar untuoso, certamente experiente no uso de cada um dos objectos que recheavam as prateleiras, bem como das putas que emolduravam a porta.
Observou cuidadosamente cada um dos artigos específicos que tinha ido procurar, tocou em todos deslizando a ponta dos dedos, enquanto molhava os lábios com a lingua, numa atitude estudada de fêmea provocadora. Os outros ocupantes da loja, na sua maioria homens de grande barriga e pouco cabelo, passavam as mãos pela braguilha das calças, num convite muito pouco subtil, mas desejável. Queria sentir-se apenas uma fêmea, um animal sexual, cheio de emoção a percorrer-lhe o corpo.
A adrenalina que lhe recheava as veias deixava-a entorpecida. Alugou uma cabina, queria ver uma mulher nua dançar para ela, a rebolar-se como o fazia para todos os homens sebosos que preenchiam o espaço, sem saber que outra mulher a observava, lhe estudava os movimentos, queria absorver a sua vida através dum vidro sujo.
A cabina exalava um cheiro a sexo podre, a transpiração e a viscosidade, e deixou-se embriagar pela tesão do momento. O vidro fosco subiu, e ela pode ver a outra em toda a sua plenitude. O seu ar velho e usado, o modo lânguido como movimentava os quadris, a pose estudada de quem apenas precisa de existir para seduzir. A sua expressão não denunciava o nojo que lhe enchia a alma, perceptível apenas para ela. Isso fê-la sentir-se especial, irmã daquela stripper flácida, como se partilhassem um segredo que não estava acessível a mais ninguém, muito menos a qualquer homem.
Tocou-se, fez-se feliz ao som da música decrépita, deu-se prazer com as mãos que tinham tocado as paredes sujas, enegrecidas de fumo e fluidos.
Saiu sorrindo, lambendo a ponta dos dedos na direção dos homens que a esperavam à saída, vendo o volume que se formava nas suas calças, sentindo-se desejada. Saiu para a rua suja, onde voltou à sua pele de mulher insegura, com medo das sombras que se projectavam nas paredes, receando ser seguida, ou ter sido descoberta nas suas deambulações.
Quando chegou a casa permitiu-se um sono profundo, um torpor sem sonhos, uma calma que o corpo tinha, mas que a alma nunca alcançaria.

quarta-feira, maio 04, 2005

Finalmente, o fim de semana

Vamos lá ver se isto corre bem, que eu sou uma naba a meter aqui imagens...
Finalmente, uma lambidela no meu fim-de-semana em Madrid. Foi excelente, quer pela companhia, quer pelo que vi, quer pelo que comprei, enfim...
Começando pelo cultural.

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No sábado, depois de nos instalarmos no hotel, fomos passar a tarde a visitar o Museu Rainha Sofia (esta era a altura em que eu punha aqui o link, mas são 3h da manhã, e eu já não estou a ver bem). Foi uma experiência fantástica, escusado será dizer que o Guernica do Picasso me impressionou muitissimo, bem como uma pintura do Francis Bacon, e a escultura do Profeta, de Gargalo.
Depois de uma tarde cultural, uma noite de borguita, embora muito cansadas da viagem e das poucas horas de sono.

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No Domingo, depois de termos corrido na maratona de Madrid, fomos visitar o Museu do Prado, onde pude ver com os meus próprios olhos o quadro que preencheu o meu imaginário de infância. O Jardim das Delicias, do Bosch, é ainda mais bonito ao vivo do que eu imaginava.
Depois, tarde de passeio, ver Madrid a pé, comer tapas e tirar kilos de fotos.
À noite... borguinha novamente.
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Segunda, dia de total futilidade, e ver as lojas magnificas desta rua excelente. Pois a menina comprou um relógio, e mais umas coisitas, e não havia dinheiro para mais, tive de me contentar em ver os outros gastar. O que também não é mau.
À volta, ainda passámos por Toledo, e ainda andámos um bocadito perdidas, mas isso não é para contar a ninguém.
A emissão normal será retomada dentro de momentos.